Sling: Alguns modelos e suas características

Continuando a nossa conversa sobre slings, esta semana Mariana Mesquita, que está nos dando uma imensa colaboração vai explicar um pouquinho sobre cada modelo de sling. Nem sabia que tinham tantos kkkkk Se você não leu a primeira matéria sobre Slings acesse AQUI!

 

A primeira dica na hora de escolher seu sling é discutir conjuntamente, especialmente se a peça for ser compartilhada com outros adultos. Algumas mães erram ao escolher slings com estampas femininas e infantis, esquecendo que quem “veste” a peça é o adulto e que a maior parte dos homens não gosta de usar algo lilás com borboletas, por exemplo. Ou então, se alguém é extremamente tímido, deve evitar comprar uma peça de cor berrante, já que o sling por si só já chama bastante atenção. Então, para além da moda, é bom se perguntar: qual minha cor preferida? O que combina comigo, com as roupas que visto, os lugares que frequento? Como é que eu me sinto bem?  Com isso em mente, é mais difícil de errar.

 

Depois, vem a questão do modelo. É preciso escolher tendo em mente o que melhor se adequa  a seu estilo de vida e necessidades. Os pontos de partida vão ser a idade da criança que vai ser carregada e, novamente, as características dos adultos que irão vesti-lo. Cada sling tem suas especificidades, vantagens e desvantagens. O mais interessante seria cada família testar modelos diferentes, para ver como se sentem em relação a eles. Em nossa pequena empresa (Casulinho), produzimos três variações de slings de argola, duas variações de wrap, duas de pouch sling e, ainda, o tipo mei tai. Mas existem outros modelos no mercado. O importante é que sejam adequados à anatomia do bebê e fabricados com material seguro, para evitar possíveis acidentes.

 

Vejamos então alguns desses modelos:

Todas as fotos e imagens foram fornecidas por Mariana Mesquita – confecções da Casulinho, para usar na matéria

 

O wrap, também chamado de fular (nos países de língua espanhola) ou écharpe de portage (na França), é uma espécie de xale tradicional, ou seja, um pano bastante longo (mede cerca de 5 metros) que é enrolado no corpo da mãe e finalizado com um nó.  É aparentemente complicado, mas com o tempo seu uso se torna corriqueiro. É um carregador confortável, pois há muitas maneiras de dividir o peso do bebê nos dois lados do corpo do adulto. Como é preciso usar muito pano, o aspecto final às vezes é meio “carregado”.  Também pode ser quente demais, especialmente nas regiões onde faz calor excessivo.  É  muito versátil, muito confortável, pode ser usado por recém nascidos, bebês e crianças até cerca de três anos. É dobrável, fácil de carregar em qualquer bolsa, e ótimo auxiliar para mães que amamentam.

 

A kepina, por sua vez, também é um pano que se amarra, mas sobre um ombro só. Trata-se de um tecido dobrado em dois, como um envelope. Permite levar o bebê em posição fetal e deitado, desde o primeiro dia, atrás ou na frente de quem usa. É um porta-bebê tradicional da América; o termo é um verbo quíchua, língua dos antigos incas, ainda hoje falada na região dos Andes (Bolívia, Peru e Equador). Existem vários tipos de carregadores de bebê semelhantes à kepina, como a capulana, tradicional de Moçambique,  e o rebozo, muito usado no México. Na verdade, o termo “kepina” significa a ação de arrumar alguma coisa num saco ou embrulho para carregá-la. Por extensão, refere-se também ao próprio embrulho – no caso, o bebê. Entre as populações andinas, as mães costumam carregar seus bebês presos ao corpo pela kepina. Em caso de bebês prematuros, funciona como uma incubadora natural.  É simples, fácil de usar, cômodo e barato (pode ser improvisado em casa com qualquer tecido de 1,40m x 1,40m). Porém, depois de vestido não pode ser ajustado da forma como se faz com um sling de argolas e, para quem amamenta, também não há a vantagem da faixa extra que este proporciona.

 

O pouch (bolsa, em inglês)é visualmente compacto e simples de vestir. Alguns pouches não são ajustáveis, e quem compra precisa escolher o tamanho exato, já que vai precisar pôr e tirar sem fazer nenhum tipo de regulagem. Outros modelos usam velcro ou faixas para fazer o ajuste. Usa-se sobre um único ombro. Muitos homens gostam do modelo, por ser cômodo e ter aparência clean. Mulheres baixinhas, temendo o excesso de pano, às vezes também o preferem. É um dos porta-bebês mais fáceis de vestir, mas às vezes é difícil  posicionar o bebê dentro dele. É confortável, dobrável e lavável. A desvantagem, para quem amamenta, é que não há a vantagem do pano extra  que outros modelos, como o sling de argolas, proporcionam. Além disso, como o pouch não permite ajuste do “saco” que carrega a criança, os bebês recém-nascidos geralmente ficam limitados a estar na “horizontal”, deitados –  enquanto o wrap sling e o sling de argolas dão mais apoio  ao tronco e à cabecinha da criança novinha, na posição barriga com barriga.

 

O sling de argolas é uma tipoia ajustável por meio de anéis. Em espanhol, chama-se bandolera. Este modelo, especificamente, pode ter sua “história” mapeada. Dizem que foi inventado na década de 1980 por um americano chamado Rayner Garner  – veja mais neste link.

Mede cerca de dois metros de comprimento e pode ter, ou não, acolchoado no ombro e nas beiradas. Nós da Casulinho fabricamos slings de argolas de três tipos: tradicional, com aba comprida e bolso na ponta; petit, que é mais enxuto e não tem bolso, e geralmente é estampado; e brisa, que é feito com um tecido sintético furadinho e pode ser usado na praia e dentro d’água.  Para quem amamenta, o sling tradicional, com aba comprida e bolso na ponta, é o modelo mais indicado: o bebê pode passar da posição sentada para a deitada sem ser retirado do sling, e a faixa sobressalente ajuda a proteger o seio de olhares indiscretos. Já o sling petit é mais enxuto e costuma agradar, entre outros usuários, aos homens e às pessoas mais baixinhas, que se sentem intimidados pela quantidade maior de tecido que o sling tradicional emprega.  O sling de argolas tem a vantagem de ser ajustável, mesmo depois de vestido; e  todos os adultos que cuidam do bebê podem utilizar uma mesma peça (a não ser em caso de tamanhos/alturas realmente díspares).  Pode ser usado desde o nascimento até cerca de três anos ou 25kg. Também é dobrável e lavável.

 

O mei tai, que se assemelha ao canguru industrializado que conhecemos, mas na verdade é uma releitura de um carregador de bebês tradicional na China, e “primo” do carregador japonês ombuhimo e do coreano podegi. O mei tai funciona como uma mochila, ou seja, um quadrado de onde saem quatro tiras que são amarradas para segurar o bebê. Pode ser usado na frente ou atrás de quem carrega, porém não permite a posição deitada/fetal. Tem a vantagem de ser é fácil de usar para os padrões ocidentais. É confortável e, apesar de semelhante aos “cangurus” industrializados, é dobrável, lavável e fresquinho. Contudo, só pode ser usados por bebês mais velhos, pois não “sustenta” o pescoço e a coluna dos recém-nascidos (o uso inadequado pode causar lesões sérias em bebês pequeninos). Além disso, seu formato não facilita o processo de amamentação.

 

E vocês conheciam todos estes modelos de slings?? Eu não tinha a mínima ideia kkkk e na próxima semana Mariana irá falar um pouco sobre segurança e alguns cuidados que devemos ter na hora do uso. Quem tiver alguma dúvida sobre slings pode mandar que responderemos com o maior prazer (regina@dicasmiudas.com.br)

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    • Olá Andréa,
      Vai depender do tamanho do seu sling e da criança também kkkk. Conheço crianças com mais de 2 anos que ainda ficam no modelo Wrap. O ideal é você consultar o fabricante do que você for comprar. Qualquer dúvida indico você consultar Mariana Mesquita aqui no post tem um link para a página dela! Beijos