Sacrifícios de uma mãe

 

Esta semana li sobre uma entrevista com a atleta pernambucana, e campeã mundial de vôlei falando sobre a difícil escolha que está tendo que tomar na sua vida profissional por questão de valores e prioridades após a maternidade. E eu, após assistir algumas vezes a entrevista e chorar em todas elas, fico pensando que a nossa vida realmente muda muito depois que nos tornamos mães e que as prioridades mudam sim, apesar das críticas que possamos receber. Não é fácil tomar a decisão do tipo: continuar ou não trabalhando para cuidar dos nossos filhos estando na comodidade do nosso lar, na nossa cidade, agora imagine que para você trabalhar você tivesse que ir morar em outro país, sem estrutura e suporte familiar, teria que ficar longe do seu marido e consequentemente afastar pai e filho… Você iria?? Eu com certeza não!!!

 

Para algumas pessoas pode não parecer nada de mais, mas que é bem difícil você criar um filho “sozinha”, no exterior e tendo que trabalhar muito, afinal vida de atleta não é fácil… Ficar longe do marido e familiares e ainda “carregar” a responsabilidade de estar mantendo pai e filho afastados, não é pouca coisa não!

 

A história dela em resumo é a seguinte:

Ela teve que dar uma pausa do esporte durante a gravidez e um período pós parto, totalizando aproximadamente 1 ano. Mesmo afastada foi convocada, este ano, para se juntar à Seleção Brasileira de Voleibol feminino no Mundial. Foi, e fez uma ótima campanha, mas ao encerrar o mundial ela volta para casa sem nenhuma expectativa de voltar às quadras novamente. É que no Brasil existe uma norma em que os times só podem convocar 2 atletas Tops para equilibrar o campeonato e todos eles já têm a sua cota, ou pelo menos os que têm condições de pagar por elas. Seu marido, o também jogador, Murilo, joga em São Paulo e tem contrato por mais um ano. E é pensando em manter a família unida que ela está recusando as propostas que recebeu para jogar no exterior. Enquanto isso, ela vai cuidando do filho, da família… E alimentando o sonho de conseguir não se afastar da sua vida profissional e da sua paixão pelo esporte…

 

Soubemos e nos sensibilizamos muito com esta história e estamos na torcida para que ela consiga uma equipe para jogar e continuar trazendo muitas alegrias para os fãs do esporte. #jaquenasuperliga #jaquenobrasil, mas me pergunto quantas mães também passam por situações difíceis de terem que abrir mão da sua paixão e de tantas coisas pela alegria e felicidade dos filhos e da família? Pois é, ser mãe é sempre colocar o seu filho em primeiro lugar!

 

Confirma trechos da entrevista dela:

 

“Meu choro é de tanta coisa. Saber que fiquei um ano parada, consegui voltar, dar a volta por cima; saber que no Brasil não vou ter equipe para jogar e que hoje foi meu último jogo. Se todo mundo for pensar, esse foi meu último jogo. Não vou mais jogar, vou cuidar do meu filho, da minha família, mas o esporte que gosto de fazer, meu trabalho, não vou ter no Brasil”

 

“Eu não vou sair. Recebi muitas propostas, isso não vou negar. Mas, quem é mãe sabe que primeiro vem família e, depois, o trabalho. Eu sou assim. Podem falar o que for, que não dá para reclamar porque tem outras equipes que estão me chamando. Mas, onde queria estar, não posso jogar porque não tem uma equipe que possa pagar uma jogadora de seleção brasileira. Mas estou muito satisfeita, feliz, independentemente se hoje é meu último jogo ou não.”

 

Confiram nesta entrevista um pouco desta linda família, que esta mãe não quer afastar… Alguém aí tem coragem de julgar esta mão, mulher, profissional?

 

Neste Link a entrevista que ela deu ainda na quadra após o último jogo do mundial: http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2014/10/sem-clube-jaque-chora-apos-bronze-foi-meu-ultimo-jogo-no-ano.html