Brincar é coisa séria!

Em comemoração ao Mês das crianças teremos o privilégio de ter post das queridas Alena e Luciana, do Bases Cognitivas, duas semanas consecutivas!!!!!! Novamente elas vêm falar sobre os brinquedos infantis, através de um olhar que vai muita além do simples ato de brincar. Como estes brinquedos podem estimular as crianças e como nós podemos explorá-los da melhor forma possível…

 

Brincar é uma atividade divertida e natural da criança. É também uma atividade privilegiada por englobar estímulos aos aspectos motores, afetivos, sociais e cognitivos do desenvolvimento. Muitos dos brinquedos que existem no mercado hoje em dia já atentam para esse potencial da brincadeira no desenvolvimento infantil, e são pensados de forma a garantir que estímulos a um ou mais desses aspectos aconteçam, sempre de forma segura.

 

 

Nos brinquedos para bebês esse cuidado é bem visível. Em geral, eles trazem estímulos táteis, visuais e auditivos. Neste brinquedo da foto acima, observamos tudo isso. A criança encaixa animais em seus respectivos lugares, e cada lugar de encaixe tem um formato geométrico diferente dos demais, de forma que cada animal só encaixa em um determinado local. Só essa atividade já é rica em estímulos táteis e visuais e é importante para o desenvolvimento motor. A motricidade bem desenvolvida ajudará a criança a dominar a escrita, anos lá na frente. Mas esse brinquedo não para por aí. A cada encaixe, ouve-se o som do animal correspondente. Assim, a criança tem o estímulo auditivo, e vai aprendendo sobre o mundo ao gradativamente associar o animal que vê ao som que ele faz.

 

Quando uma pessoa mais velha brinca junto com a criança, pode potencializar ainda mais o que o brinquedo traz de estimulação. Nesse caso, o adulto pode apertar o local de encaixe para produzir o som, e a criança pegará o animal correspondente a esse som. Os pais ainda podem e devem aproveitar essas associações em outras situações, comentando com a criança quando esses mesmos bichinhos forem vistos em revistas, desenhos animados, outros brinquedos, zoológicos, etc.  Se você observar atentamente esse brinquedo, verá que ele também trabalha a percepção de cores já que cada bicho vem em uma cor diferente, e novamente a ajuda do adulto em nomear essas cores para a criança, e posteriormente em pedir a ela que pegue o bichinho de tal cor, a auxiliará a desenvolver percepções e aprender os nomes das cores. Como se pode perceber, já temos em um único brinquedo o potencial para desenvolvimento motor (encaixe), cognitivo (percepções, associações, raciocínio), social (aprender sobre coisas do mundo), linguístico (vocabulário de animais e cores) e afetivo (pela situação de divertir-se brincando com outra pessoa, usando como instrumento mediador o brinquedo).

 

 

As crianças um pouco maiores se beneficiam bastante de brinquedos pouco estruturados, com os quais elas podem criar suas situações de faz-de-conta. Bonecos, bonecas, blocos, etc. Como exemplo, escolhemos esse brinquedo de dinossauros (Dino Valley).  Cognitivamente, permite que a criança crie o enredo de sua brincadeira, trabalhando assim a organização do pensamento, sequência lógica, memória, compreensão de causas e consequências, inferências, linguagem. Afetivamente, permite que ela projete na brincadeira suas vivências do dia-a-dia. Por exemplo, uma criança que está começando a frequentar a escola pode escolher colocar na brincadeira que o dinossauro pequeno está indo para a escola de dinossauros. Afetivamente, a ajuda a aprender a lidar com essas mesmas situações, já que pode elaborá-las de uma forma menos ameaçadora: o dinossauro vai à escola, não ela. Também permite à criança projetar seus sentimentos e aprender sobre eles. Dinossauros são ótimos para a expressão da agressividade, por exemplo, de uma maneira aceitável socialmente.

 

 

As crianças mais velhas costumam curtir brincar com jogos. Cada tipo de jogo tem suas especificidades. Aqui vamos falar um pouco dos jogos que envolvem estratégias. Dois exemplos deles são o “Cai-não-cai” e o “Lig 4”. Esses jogos exigem da criança um planejamento de suas ações, seguindo uma lógica para tentar vencer. Também precisam ter atenção para a estratégia utilizada pelo seu adversário. Isso implica colocar-se no lugar do outro, entender como ele pensa, o que é um grande avanço cognitivo e que as crianças menores ainda conseguem fazer. Do ponto de vista do desenvolvimento social, as crianças aprendem a ganhar e perder, a tolerar suas frustrações, a esperar sua vez de jogar.

 

Já nem há dúvidas acerca da importância do brincar para uma boa estruturação motora, psíquica e cognitiva da criança. Mais do que nunca, atualmente, nossas crianças podem estar cercadas de brinquedos e brincadeiras estimulantes e significativas para sua infância. Entretanto, vale lembrar que o contexto em que a brincadeira acontece é ainda mais importante do que o material utilizado. Brincar é uma forma de estar junto, de verdade. Os pais precisam entender que tal momento possibilita à família estar inserido no mundo da criança e sendo assim, ter condições de desenvolver uma relação empática e compreensiva sobre os pontos de vistas do seu filho e sobre como ele interpreta as situações de sua própria vida. Assim, mais do que estar juntos, brincar com os filhos abre portas para reconhecê-los, nos identificarmos com ele e acima de tudo, formá-los. 

 

Pois é, brincadeira é coisa séria! Aproveite o dia das crianças e escolha para o seu filho um brinquedo que você e seu filho possam curtir e se curtir através dele! Nós já fizemos isso! Juntas, fomos a uma loja de brinquedos que adoramos e escolhemos o presente que daremos aos nossos filhos (OBRIGADA TOP TOY BRINQUEDOS!!!) Nosso pequenos ainda nem sabem o que vão ganhar, mas a gente já sabe: um brinquedo recheado de sorrisos, diversão e o privilégio de estar juntos!

 

Permita-se voltar à infância com seu filho… E feliz dia das crianças pra você também!

 

Escolhendo os Brinquedos

A Dica de hoje está mais do que especial, em clima de Dia das crianças e de muita brincadeira teremos um texto escrito pelas nossas queridas colaboradoras Alena Nobre e Luciana Hodges, do Bases Cogniticas!!! Não esqueçam que mais importante do que o o valor do presente é que ele seja escolhido pensando realmente no gosto da criança e depois que vocês possam aproveitar todos juntos e certifiquem-se sempre se o brinquedo possui o Selo de segurança!!!

 

“O dia das crianças está batendo à porta! Já escolheu o presente do seu filho?

 

A gente sabe que essa não é uma tarefa fácil. Fomos à Top Toy brinquedos semana passada e ficamos encantadas com a diversidade de brinquedos. Dá vontade de levar todos! Quando a gente olha cada um dos brinquedos, já imagina a reação das crianças recebendo e brincando com eles. É sempre assim… nós pais, se pudéssemos, levaríamos a loja toda. Mas como não dá, a gente precisa escolher. Para isso, é preciso ter critérios.

Pensando nisso, resolvemos dar uma forcinha para papais e mamães. O Bases Cognitivas, a Top Toy brinquedos e o Dicas Miúdas resolveram unir forças e mostrar pra vocês que brinquedos, além de divertidos, são pretextos para aprender muito.  Dessa vez, a gente vai falar de brinquedos que podem ser compartilhados entre meninos e meninas. Afinal, brincar junto é sempre melhor!

 

BOLA

Bola é um brinquedo universal. Qual criança nunca se divertiu com uma bola, não é mesmo? Esse objeto oferece múltiplas possibilidades de estímulos. Chutar e correr atrás da bola são exemplos simples, mas que são carregados de estímulos motores e cognitivos. Afinal, é preciso equilíbrio, força e tônus muscular. Além disso, é preciso escolher o local para onde se quer chutar e a intensidade com que fará isso, o que envolve decisões, e assim sendo, também implica no uso e desenvolvimento de habilidades cognitivas. Na verdade, há muitos modelos. Para bebês, as bolas devem ser leves e macias. Esse modelo da Chicco é bem interessante. Além de oferecer estímulos sonoros por ser musical, ela pode acompanhar todo o desenvolvimento motor do bebê: tocar, agarrar, jogar, rolar, etc.. É um brinquedo coringa. Vale a pena.

 

CAIXA REGISTRADORA

Brincadeiras que abrem possibilidades para simular situações de vida real despertam o interesse da criança e são sempre estimulantes para as crianças. A caixa registradora é um item que atende bem a este quesito. Brincando de simular compra e venda as crianças podem aprender muitas coisas. Além de contar itens, compreendem os papeis de quem vende e de quem compra, entendem a ideia de troco, a diferença entre cartão de crédito, cédulas e dinheiro e podem usar vocabulários específicos, como quilo, gramas, etc. As crianças mais velhas podem pensar em valores e realizar cálculos simples. Além de tudo isso, é possível refletir com a criança sobre a diferença entre querer objetos e realmente precisar deles, ajudando aos pais a pensarem com seus filhos o sentido do consumo abusivo.

 

MR. POTATO HEAD LITTLE TATERS BIG ADVENTURES

Essa versão do clássico brinquedo Mr. Potato Head vem numa malinha com mais de um boneco e outros apetrechos para criar uma situação de brincadeiras (fazenda, safári…). Gostamos muito desse brinquedo porque estimula a criatividade e, a cada brincadeira, a criança pode inventar uma combinação diferente de partes, criando personagens de características diferentes. Sendo assim, permite mais autonomia na escolha de como quer brincar, e a criança se torna co-construtora de seu brinquedo (e sente orgulho de sua produção).  Nós achamos que esse brinquedo tem potencial de ser divertido para todas as idades, embora sua comercialização seja mais voltada para as crianças menores (porém não tão pequenas, pois há partes que podem ser engolidas).

 

BONECAS

São as preferidas das meninas, mas engana-se quem acha que meninos não podem se divertir com elas também. Quando meninos e meninas se juntam para brincar, eles podem estruturar simbolicamente os papeis sociais que desempenham os pais e mães, tal qual observam na sua casa. Podem, inclusive ampliar a compreensão de novas organizações familiares. Por exemplo, meninas podem brincar de arrumar a bolsa para trabalhar, enquanto meninos ajudam a trocar a fralda e alimentar o bebê. Estar junto com as crianças brincando com elas é uma ótima oportunidade de entender como elas percebem o mundo e os adultos, e ainda, de refletir sobre princípios e valores importantes para cada família. Essa boneca da palavra cantada é muito interessante. Ela canta a clássica música ” O que é que tem na sopa do neném?”. Além das crianças adorarem a música pela marca rítmica simples, ela é cheia de rimas que podem ser cantadas e até inventadas. Rimas são importantíssimas para crianças. Através delas, os pequenos desenvolvem sensibilidade para sons parecidos, o que poderá ajudar muito no processo de aquisição da leitura e escrita. Não precisa esperar muito para isso. Crianças a partir de 3 anos já se beneficiam desse tipo de brincadeira linguística.

 

E aí, gostou das sugestões? Seja qual for o brinquedo que você escolher, lembre-se de reservar um tempinho para usá-lo junto com seu filho.”

 

 

Ausente na presença… Ou presente na ausência?

Hoje é dia de Bases Cognitivas no Dicas Miúdas e Alena trouxe um tema que com certeza passou, passa ou passará pela cabeça das mães… Ficar em casa cuidando e dando mais atenção aos filhos, diminuir o ritmo de trabalho ou continuar trabalhando? O que fazer com a vida profissional e com a culpa após o nascimento dos filhos??? Eu mesma passei por esta fase, reduzi muuuuuito meus trabalhos, passei a trabalhar mais em casa e a me dedicar ao blog, para desta forma esta mais perto. Não é fácil! Já passei por diversas situações e posso dizer com certeza, nenhuma das opções que você tomar será fácil…

 

Com minha primeira filha eu trabalhava fora e longe de casa, fiquei alguns períodos trabalhando apenas meio expediente, depois ficava os dois horários. Depois saí do meu trabalho e passei a trabalhar mais em casa, como sou autônoma facilitava um pouco, não ter que ficar me deslocando no trânsito maluco… E quando fiquei grávida pela segunda vez, eu já estava com o blog então terminei me afastando ainda mais da minha profissão, para poder ter tempo para me dedicar mais às minhas filhas, até por que agora são duas… É uma delícia poder estar tão presente na rotina delas, mas como nem tudo são flores, é bem cansativo. E vez por outra eu me pego pensando se a minha escolha foi acertada, se devo permanecer assim ou retomar o meu trabalho, E quando elas crescerem e não precisarem mais de mim… Ô vida difícil que nos enche de dúvidas!!! Mas vamos ao texto de Alena que está MARAVILHOSO!

 

 

É natural que muitas mudanças ocorram entre as gerações. Mas a mulher, a cada uma delas, assumiu mais papéis e responsabilidades; com isso precisou aprender a lidar com mais dilemas e desafios. Parece, entretanto, que há uma companheira permanente da mulher no exercício da maternidade: a danada da Culpa! O sentimento de culpa em torno dos nossos papeis faz a gente pensar que poderíamos ter feito mais pelos nossos filhos, ter pensado ou reagido de um jeito diferente em determinada situação, ter decidido algo de uma forma oposta… Enfim, a culpa está sempre lá, nos atormentando com o famoso “Mas e se…?”

 

Em função da inserção das mulheres no mercado de trabalho, vejo que a modernidade trouxe às mães um sentimento de culpa por uma suposta “ausência” delas em casa. Surge daí algumas polêmicas. Na verdade, por vezes, quase um embate acerca da decisão de trabalhar fora ou permanecer em casa, cuidando dos filhos.

 

Optar por ficar em casa nem sempre implica em estar disponível para o filho. Afinal, surgem outras demandas. Quem é dona de casa bem sabe o tempo que se leva passando, cozinhando, limpando, etc e tal. Estar em casa, imersa nas atividades do dia a dia, e sentir-se impedida de sentar no chão com o filho e brincar com ele, é estar presente fisicamente, mas ausente de algumas necessidades dele.  Por outro lado, passar o dia fora de casa, trabalhando, mas reservar um tempo para checar e organizar a rotina do filho com um telefonema para ele, acompanhar a tarefa de casa ao fim do dia e contar uma história antes de dormir, é uma forma de estar presente, mesmo ausente fisicamente durante o dia.

 

Essa reflexão deve nos fazer entender que a tomada de decisão vai além do dilema “trabalhar fora ou ficar em casa”.  Na verdade, a verdadeira decisão é: estar presente (ou não) na vida dos filhos! Existem muitos (muitos, muitos…) filhos que sofrem a ausência das suas mães, e isto, nem sempre tem relação com a decisão dela de trabalhar fora. Convido você a refletir comigo sobre a seguinte questão: Você tem sido “ausente na presença”? Ou tem conseguido ser “presente, mesmo na ausência”?

 

Tornar o olhar para os filhos é essencial. Não adianta deitar na cama com ele, bem abraçadinho… Enquanto você não tira os olhos do celular, checando as últimas atualizações da rede social. Pouca serventia tem, sentar no chão com sua criança pra brincar com os bonecos ou de casinha, se seus ouvidos estiverem atentos ao desenrolar da trama global da novela das 8h, e não às expressões do seu filho. Fazer isso é ser ausente na presença. É dizer, de uma outra forma, que há certa “desvalia” na relação; o que se torna doloroso para criança lidar.

 

Opte por estar presente, mesmo que ausência física, por vezes, seja inevitável. Por outro lado, evite também esconder-se por trás da bandeira do lema: “Qualidade, é mais importante que quantidade”. Não! Nem sempre isso é verdade! A presença física é importante, sim! É impossível oferecer qualidade plena, se não há tempo suficiente para investir nela. Criança precisa de toque, de respostas, de continuidade da sua fala!

 

Educar nossos filhos exige redirecionamento do nosso olhar, da nossa escuta, das nossas preconcepções e do nosso tempo.  Nem sempre daremos conta de tudo isso… É verdade. Então, ponto final. Sem culpas. Só se faz o que pode. Não adianta nos bancarmos de mulher maravilha…  A maternidade, infelizmente, não nos tirou os limites da condição humana. Somos falíveis. Temos apenas dois braços. E nosso dia, só tem 24 horas.

 

Mas sejamos prudentes e sábias. O tempo não volta. Que possamos aproveitar a gargalhada dobrada dos nossos bebês, o sorriso largo e sem dentes dos nossos filhos depois de uma daquelas trelas inesquecíveis, e a conversa sem rumo sobre qualquer assunto bobo que surja!

 

Portanto, tenha você optado por ficar em casa ou voltar ao mercado de trabalho… Reserve um tempo com seu filho e Carpe Diem! Esteja!  E INTEIRA!