Alguns princípios do educar

O texto que a Dra. Luciana Hodges, do Bases Cognitivas, escreveu para o nosso Papo de Adulto de hoje traz várias reflexões e muitas Dicas para pararmos, pensarmos e começarmos algumas mudanças, ou sabermos que estamos no caminho certo! De tudo o que eu gostaria de ressaltar que eu acho realmente que está faltando em muitas famílias é realmente o exemplo! Não se pode cobrar aquilo que você mesmo não faz!!! Vemos crianças com atitudes erradas, mas na maioria das vezes elas estão apenas seguindo exemplos, o que é lamentável, pois será muito mais difícil de consertar isto no futuro! Seu que ninguém é perfeito, mas determinados valores como honestidade, respeito a si e ao próximo são importantíssimos…

 

 

Certa vez, em uma festa infantil, uma conhecida se queixava de que tinha uma criança difícil, muito desobediente, e que tentava em vão colocar limites. Nesse momento essa mesma criança pede para subir num “brinquedão”, e o funcionário responsável explica para a criança e para a mãe que ela não tem idade suficiente para que seja permitido que brinque nesse brinquedo específico. Educadamente, o funcionário sugere outros brinquedos. A criança não esboça nenhuma reação. Já a mãe, essa aguarda o funcionário se distrair e diz para ela “Corre, sobe lá, rápido!”. A criança vai feliz e contente, o funcionário percebe e reclama com a mãe, que apenas responde “Se você quiser, vá você mesmo buscá-la lá em cima”, e acena sorridente para a filha, que observa essa conversa.

 

Essa história ilustra um princípio básico do educar ao qual muitas vezes não é dada a devida importância: educamos principalmente pelo exemplo. Passou despercebido para essa mãe que se ela mesma escolhia não seguir as regras das quais não gostava, sua filha, criança esperta e atenta que é, tomaria esse comportamento da mãe como parâmetro para seus próprios comportamentos. Como se pode exigir que o filho siga regras e respeite limites se ele não vê os pais fazendo isso, ou se os vê fazendo o oposto disso, como aconteceu nessa história? Crianças ou adultos, aprendemos melhor quando colocamos a teoria em prática, e praticamos melhor quando temos um modelo claro em que possamos nos espelhar. De modo geral, quando há incoerência entre o que os pais dizem e o que vivenciam, prevalece o comportamento praticado.

 

Para os pais isso pode se traduzir em uma pergunta bem prática sobre a qual podem refletir na tarefa de educar: será que eu consigo fazer isso que estou pedindo que meu filho faça? Se a resposta for sim, vá em frente, explique a regra e o ajude a segui-la. Se a resposta for não, será incoerente impor essa regra a ele, e então é preciso que os adultos revejam o próprio comportamento.  A educação deveria, a princípio, começar pelos exemplos daqueles que educam. Não que isso torne a tarefa de colocar limites fácil. Não é fácil. Apenas a torna possível e faz com que seus esforços não sejam em vão.

 

A maternidade/paternidade é algo que nos transforma, de diversas formas. Assumir os papéis de pai/mãe também é estar disposto(a) a modificar-se em alguns comportamentos.

 

Mas então pra ser mãe eu preciso ser perfeita? Não! Isso seria uma missão impossível, e dedicar-se a perseguir a perfeição (sua e/ou de seus filhos) iria gerar uma tensão prejudicial ao relacionamento entre pais e filhos. Pra ser pai ou mãe é mais importante buscar o autoconhecimento, a aceitação e a coerência.

 

O autoconhecimento é necessário para que você saiba quais são os seus valores, as suas qualidades, as suas possibilidades, os seus limites, e distinga o que é essencial para você daquilo que não é tão importante, porque tudo isso vai influenciar como você se vê, como se sente, como age e interage no mundo, o que por sua vez vai influenciar as percepções, os sentimentos, as ações e as interações da sua família.

 

A aceitação de si mesma traz uma tranquilidade preciosa. É um passo importante em direção a uma autoestima fortalecida. Aceitar-se e amar-se vai te ajudar imensamente a abrir menos espaço para as tantas culpas que as mães carregam, pois muitas são geradas por tentar corresponder às expectativas alheias. Quando você se aceita, se conhece, se ama, tem mais firmeza e certeza nas suas escolhas educacionais, e aí as cobranças que surgem de fora perdem um pouco a força.

Aceitar-se também inclui reconhecer aquelas partes em si mesma que gostaria de mudar. Antes de mudarmos qualquer coisa em nós mesmos, precisamos nos conhecer e nos aceitar. O famoso psicólogo Carl Rogers já apontava para esse paradoxo: apenas quando eu me aceito como sou eu posso conseguir mudar. Ele estava certo. Afinal, como posso mudar alguma coisa se não a percebo ou reconheço que ela existe?

 

Mas a aceitação não para por aí. Aceitar seus filhos como eles são, apreciando o que cada um traz em sua individualidade, reconhecendo suas diferenças, percebendo suas limitações, ajuda e muito na relação entre vocês.

 

E quando você se conhece, se aceita, e conhece e aceita seus filhos, a coerência fica mais fácil. Sem coerência você manda uma mensagem confusa para seus filhos. Voltando para a mãe do exemplo que dei no começo desse texto: suas ações eram contraditórias (diz para a criança ser obediente, mas a incentiva a desobedecer em determinadas situações). Para essa criança as regras e os limites não existem para o seu bem, para a sua segurança e para a boa convivência em sociedade; existem de acordo com o humor e as vontades da mãe.

 

Aí entra uma segunda pergunta que é útil que os pais façam a si mesmos ao educar: como posso ajudar meu filho a compreender que as regras que lhe ensino são para o seu bem?

 

Autoconhecimento, aceitação e coerência são ferramentas que o fortalecem na missão parental. Sempre juntando a isso, é claro, muitas pitadas de amor e paciência.

 

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