Como escolher livros infantis para seu filho?

Foto: Arquivo pessoal Dicas Miúdas

 

É com grande alegria que eu comunico a vocês que minhas queridas amigas e colaboradoras Luciana Hodges e Alena Nobre estão de volta ao Dicas Miúdas, com textos sempre muito interessantes para nos ajudar com nossos filhos! E começando esta “nova temporada” elas trouxeram um tema que eu particularmente adoro: Livros! Você estimula seus filhos a lerem? Eles possuem livros adequados a suas faixas de idade? Vejam algumas dicas de como escolher corretamente os livros, que elas trouxeram e eu aproveitei que estive na feira de livros Eu Amo Ler, que tem ótimos preços e uma boa variedade de livros, e trouxe umas opções para ilustrar a matéria, boa leitura!

 

Uma pequena biblioteca de livros infantis em casa é um incentivo para que os nossos filhos desenvolvam a leitura. A habilidade de ler é essencial tanto para a vida escolar, já que todas as matérias dependem de leitura e interpretação de texto, quanto para a vida pessoal de modo geral.

 

Ainda mais importante que isso, ter livros em casa incentiva os filhos a GOSTAR de ler. Como a leitura vai ser importante e inevitável ao longo da vida toda, o ideal é que esteja bem longe de ser algo desagradável, não é mesmo?
Resolvemos dar uma mãozinha pra ajudar vocês a escolherem, dentro de tanta variedade que existe no mercado, que tipo de livros dar de presente às suas crianças (olha o natal chegando, gente!). Sabemos que leitura é um gosto muito pessoal, então pensamos em sugerir alguns critérios que vão facilitar as suas escolhas.

 

Para crianças de todas as idades:

A regra básica é que a leitura seja fonte de prazer. Se os livros de casa forem vistos como uma extensão das obrigações escolares, muito provavelmente terão o efeito contrário ao que se propõe, e serão um desestímulo à leitura. Em casa você deve favorecer que a leitura seja associada à diversão, um entretenimento lúdico que é quase uma brincadeira!

 

Para os pequenos a sugestão são livros com fantoches, com botões musicais e que narram a história e livros resistentes, como os de banho, que são de plástico.

 

Para crianças de 0 a 3 anos:

Dê preferência a livros feitos com materiais mais duradouros e menos delicados. Nessa idade seu filho vai manuseá-los mais grosseiramente, jogar no chão, amassar, morder, sacudir, como faria com qualquer brinquedo. Faz parte do aprendizado dele e da exploração do mundo.

 

Os livros feitos para essa idade dão ênfase às ilustrações, e frequentemente são focados em conceitos que as crianças estão aprendendo, tais como cores, números, animais, alimentos, formas e texturas, etc.

 

Os livros mais interativos são bem interessantes nessa fase. A criança pode pressionar, abrir abas, apertar botões, tocar, etc. É um bom modo de manter a atenção delas de um jeito divertido.

 

Livros com personagens conhecidos, como os da Turma da Mônica podem aumentar o interesse da criança. Livros interativos com quebra cabeças. Livros com personagens conhecidos da TV e é claro que clássicos como Peter Pan e Pinóquio, dentre outros.

Para crianças de 4 a 7 anos:

Nessa idade não podem faltar os livrinhos com rimas. Eles são muito interessantes, pois ajudam no processo de alfabetização. As rimas ajudam a criança a refletir sobre os sons da fala, e a fazer a relação entre as letras e os sons. Essa habilidade de pensar sobre a estrutura sonora das palavras é essencial para que ela se alfabetize.

 

A criança nessa idade costuma ter seus filmes e programas de televisão favoritos. Em geral, há livros sobre os mesmos temas e personagens, que podem ser atraentes para eles.

Os contos de fadas e histórias tradicionais também começam a ser mais apreciados nessa idade.

 

Livros que tragam curiosidades sobre um tema específico, como é o caso dos dinossauros, que geralmente conquista todas as crianças, principalmente os meninos. Livros com perguntas curiosas e suas respectivas respostas. E livros com assuntos do cotidiano, como por exemplo lavar o cabelo, mas contado de forma diferente e divertida.

Para crianças maiores:

Crianças em torno dos 8 anos de idade já começam a ter suas preferências mais definidas. Podem participar no processo de escolha dos livros, selecionando assuntos, histórias, personagens, que mais lhes agradem.

 

O que não pode faltar numa biblioteca caseira bem “balanceada”:

 

  • · Livros que abordem valores importantes para a família. Cada uma tem os seus. Que valores você quer transmitir a seus filhos? Quais são aqueles que você prioriza? Bondade, Honestidade, Amizade, Tolerância, Perseverança, Respeito à diversidade? Procure livrinhos com histórias que falem sobre eles. Há muitas opções legais no mercado.

 

  • · Livros que tratem de assuntos comuns no dia a dia das crianças. Leve em consideração a fase do desenvolvimento. Por exemplo, há livros que falam sobre medo de dormir sozinho, sobre socialização, sobre virar irmão mais velho, sobre ir para a escola pela primeira vez, sobre mudar de escola, ou mudar de cidade… o que o seu filho está vivenciando ultimamente, ou está prestes a vivenciar? Com certeza há livrinhos falando sobre isso.

 

  • · Livros que falem de sentimentos. Ninguém nasce sabendo nomear o que está sentindo, e muito menos como lidar adequadamente com as emoções. Há livros sobre as emoções consideradas boas, e sobre aquelas que não gostamos de sentir, como medo, timidez, ciúmes. Ler pode ser bem menos ameaçador para a criança do que conversar sobre o assunto, de primeira. Aliás, o livro pode ser um bom começo para muitas conversas sobre o tema.

 

  • · Livros que estimulem a criatividade e a curiosidade. Muitos livros ensinam novas habilidades, como desenhar, cozinhar, fazer dobraduras, etc. Alguns são recheados de atividades para os pequenos. São livros ótimos de se ter à mão em viagens, consultórios médicos e tardes chuvosas, para distrair as crianças.

 

  • · Pra finalizar esse post, um toque muito especial: não podem faltar livros que pertenceram aos pais! Se você não tem a edição original do(s) livro(s) que costumava amar na infância, pode comprar um igual para seu filho. Afinal, o bom exemplo do hábito da leitura começa nesse compartilhar. Qual livro marcou a sua infância? Seus filhos vão adorar saber mais sobre você e seus gostos quando era criança! Vai render boas conversas e, de bônus, o fortalecimento do seu vínculo afetivo com ele.

Livros de atividades são bons para todos os momentos, principalmente quando vamos sair para um médico ou restaurante. Pode ser uma atividade artística, como ensinar a criar bonecos de massinha ou desenhar bonecos. Podem ter atividades educativas como aprender sobre assuntos diversos e até mesmo a escrever! E livros de colorir que sempre são muito bem aceitos, principalmente quando trás desenhos do interesse da criança.

Luciana Hodges é psicóloga, doutora e pós-doutora em psicologia cognitiva. Alena Nobre é pedagoga, mestre e doutora em psicologia cognitiva. Juntas, realizam projetos na área de educação e desenvolvimento infantil e também estão sempre trazendo ótimas dicas em suas redes sociais (Bases cognitivas, no facebook e no instagram @basescognitivas). contato: basescognitivas@gmail.com 

Lição de casa: até onde vai a tarefa dos pais?

O ano letivo já começou, algumas crianças até já estão fazendo as primeiras avaliações e você ainda tem dúvidas de como orientar seu filho na tarefa de casa? Então não pode deixar de ler este texto em que nossas queridas colaboradoras do Bases Cognitivas escreveram para nos orientar, nesta missão que às vezes é bem complicada!!!! Boa leitura e bom aprendizado!

 

Muitos pais sentem dúvida em relação ao acompanhamento da tarefa de casa do filho. Na maioria das vezes, questionam se devem indicar o erro, apagar ou dar dicas sobre a resposta.  É natural que tais dúvidas surjam. Nós, do Bases Cognitivas,  vamos te dar  dicas breves, mas importantes sobre o assunto… e logo agora, bem no início do ano letivo. Vamos lá?

 

A primeira coisa importante para considerarmos é que a postura assumida pelos pais durante as lições de casa dos filhos ensina-os, implicitamente, sobre como sentir-se e relacionar-se com o ato de estudar e aprender. Se os pais mostram-se impacientes e estressados ao sentar-se à mesa, seus filhos também terão motivo de se sentir assim. Ler os comandos sem a devida atenção, reclamar do nível de dificuldade da atividade, questionar o trabalho pedagógico da escola, desistir com facilidade… é uma forma incisiva de ensinar aos filhos a assumir uma postura desatenta e a deslocar a  responsabilidade sobre sua própria aprendizagem para os outros. Lembre que você é um modelo de referência para o seu filho. Portanto, assuma uma postura tranquila diante dele e se tiver questionamentos em relação à atividade, vá direto ao professor que é o profissional habilitado para lhe dar as devidas explicações sobre o assunto.

 

O segundo elemento a ser destacado é que você, assim como o professor, pode ser considerado um mediador do processo de aprendizagem, mas a responsabilidade em realizar a atividade e aprofundar os conhecimentos é do seu filho. A lição de casa é dele e não sua. Por isso, não forneça respostas, mas faça perguntas que o levem a pensar e a refletir sobre a atividade proposta. Se ele errar, não diga que ele errou, simplesmente, oriente-o: “Releia”. “Você tem certeza que fez o que se pediu?” “Observe como essa palavra está escrita no texto. Agora, compare como você a escreveu. É assim mesmo que deve ser?” “Não está faltando alguma acentuação?”. Se ele não perceber, evite apagar. Esse tipo de “erro”  é para o professor um importante termômetro da aprendizagem do seu filho.  Se você apaga-lo, vai mascarar o processo de construção de conhecimento, e assim sendo, o professor terá dificuldades em organizar intervenções a favor deste saber.

 

Por fim, o seu filho precisa construir autonomia para realizar as atividades. Por isso, aos poucos vá saindo de cena. No inicio, sente junto dele e ensine-o a organizar seu material, ler  e destacar os comandos da tarefa de forma correta e a manter o foco. Depois, dê as orientações e  envolva-se brevemente com uma atividade sua, fique de longe. Revise cada uma das questões a medida que ele as terminar.  Tente fazer com que, aos poucos, te mostre que fez toda a tarefa, cabendo a você apenas a revisão e sugestão de elementos que ele poderia investir melhor.

 

Se você perceber que, ainda assim,  seu filho apresenta muitas dificuldades, vá até a escola e peça orientação e ajuda. Os profissionais de educação são especialistas em aprendizagem e por isso devem ser sempre procurados em momentos como estes. Eles saberão lhe dizer quais elementos estão dentro de um padrão comportamental ou um processo normal de aprendizagem.

 

Nós, do Bases Cognitivas, também podemos te ajudar. Dá uma passadinha lá na nossa página e  entra em contato com a gente para conhecer nossos serviços personalizados nesta área. Até mais!

 

 

Adorei as dicas!!!!! E se você ainda ficou com alguma dúvida sobre este assunto, pode perguntar nos comentários abaixo, nas redes sociais ou ainda enviar email (regina@dicasmiudas.com.br) que responderemos com o maior carinho, beijos e até a próxima tarefa, oooops até o próximo #PapoDeAdulto

E quando seu maior crítico mora dentro de você?

 

Talvez uma das épocas da vida em que nos sentimos mais criticados é quando nos tornamos pais e mães. Mesmo os conselhos bem intencionados (e quero crer que a grande maioria é) podem ter como efeito a nossa insegurança.  Com um pouco de esforço e prática podemos aprender a filtrar esses conselhos, e também a não nos abalarmos tão fortemente quando, em vez de conselhos, recebemos críticas de outras pessoas. Porém, uma situação um pouco mais difícil de lidar é quando essas críticas surgem de nós mesmos, quando achamos que não estamos sendo bons pais. E agora?

 

Esse sentimento é normal e pode surgir a qualquer momento. Educar uma criança, mantê-la segura e feliz, e atender às suas necessidades, é uma grande responsabilidade, cansativa e que consume um tempo enorme. Não preciso dizer a você o quanto esse trabalho exige atenção e energia intensas todos os dias, todas as horas (por mais delicioso que seja curtir os filhos). O cansaço bate e é normal, e ele costuma vir acompanhado de dúvidas sobre a própria capacidade de dar conta das coisas da vida (a sua própria e a dos seus pequenos).

 

Por isso, na próxima vez que se sentir um mau pai/ uma má mãe, cheque os fatos. Pode ser “só” o seu cansaço se transformando em exaustão. Pare, respire, descanse se for possível, e aí pense nos fatos: será que ter deixado seus filhos almoçarem biscoito e sorvete no dia de hoje desmerece todas as refeições saudáveis que você se esforçou em preparar o ano todo? Ou que o fato de você não conseguir acompanhá-lo nas tarefas de casa ou buscá-lo pessoalmente na escola desmerece os momentos que dedica a ele todos os dias? O momento em que você se impacientou com ele hoje apaga a sua paciência de todos os dias?

 

Se tiver dificuldade em fazer esse exercício de checagem de fatos, tente se distanciar um pouquinho da situação para avaliá-la melhor. Minha sugestão é que você imagine que é uma amiga que vem lhe contar a situação que você está vivendo. O que você pensaria se fosse com sua melhor amiga? Você a culparia mais ainda ou seria capaz de enxergar, e principalmente, VALORIZAR os momentos em que ela é uma mãe maravilhosa?


Se ainda assim for difícil, converse com quem te entende. Desabafar é preciso. Um bônus é que você vai descobrir que as suas inseguranças não só suas, mas são partilhadas e sofridas por todas as boas mães e bons pais.

 

Observe que quem é muito bom no que faz está sempre se questionando. Isso é verdade em todas as áreas de atuação! O próprio compromisso em fazer bem alguma coisa gera inquietações. O contrário também pode ser dito: se algo não é importante, não vai causar ansiedade, e nem merece que se pense sobre isso. Por isso, os seus questionamentos sobre seu desempenho apenas revelam que o que você faz é importante para você. Quem nunca se questiona é porque não liga, ou talvez fuja tanto de reflexões que corre o risco de se tornar arrogante. Em todo caso, são as inquietações e questionamentos que nos fazem crescer, buscar alternativas, melhorar. E isso é muito bom!

 

Portanto, esteja atento à sua forma de pensar. Se você perceber que realmente as coisas poderiam ser melhores, em vez de escolher se culpar e sofrer por isso, escolha dar passos concretos em direção a uma realidade mais satisfatória. E se estiver difícil colocar essas mudanças em prática, consulte um psicólogo. Ele poderá trabalhar com você na construção de novos caminhos.

 

Seja como for, trabalhe suas inseguranças. Não as ignore. Ignorar é alimentá-las, deixá-las livres para crescer e em algum momento elas podem paralisar você.

 

E se nesse momento você precisa de encorajamento, que tal reler aquelas cartinhas que seus filhos te deram no dia das mães, aquelas em que eles dizem o quanto te amam e o quanto você é especial? Pra eles, você é a melhor mãe do mundo.

 

O seu bebê é papo de outros adultos?

 

Quando nasce um bebê, nascem uma mãe e um pai. E nascem também avós, avôs, tios, tias e tantos outros parentes bem intencionados e animadíssimos para dar palpites na sua forma de cuidar e educar. O “Papo de Adulto” de hoje é sobre isso.

 

A situação é no mínimo delicada. Cada um parece convencido que sua forma de fazer as coisas é a melhor e deveria ser a única. E agora, papais e mamães, como lidar com tantas opiniões?

 

O passo que considero primordial é assumir de verdade os papéis de pai e mãe. Vocês são os responsáveis e podem até ouvir todo mundo, mas só vocês poderão dar o veredito final. Quanto mais isso estiver claro e bem resolvido na cabeça de vocês, mais fácil (ou menos difícil) vai ser enfrentar as intromissões familiares e colocar limites. Não que isso seja tão simples. Às vezes é preciso até a ajuda de um psicólogo para conseguir a segurança e a coragem necessárias para fazer valer suas novas autoridades materna e paterna. Por exemplo, vivemos diversos papéis, e numa hora em que sua mãe esteja dando uma sugestão da qual você discorda, o papel de “mãe de seu filho” e o papel de “filha da sua mãe” podem entrar em conflito dentro de você, e você fica sem saber como se impor (até porque o lado “filha” tenderá a obedecer e acatar o que sua mãe disser).

 

Aqui entra a segunda dica: nesse processo de assumir os papéis de pai e mãe, unam-se. Conversem bastante entre si e cheguem a acordos comuns. Informação é poder, por isso leiam muito, perguntem muito, e filtrem essas informações de acordo com os valores que querem construir para a família de vocês. Isso requer algumas negociações e muita conversa. Uma vez que consigam se entender sobre o modo como pretendem criar seus filhos, poderão ajudar um ao outro a se manter firmes nas suas convicções. Isso vale inclusive para pais e mães que não estão mais juntos, afinal vocês serão sempre pai e mãe e compartilham a responsabilidade pela criança. No exemplo que dei acima, quando os papéis de mãe e filha estiverem em conflito e for difícil para você sustentar suas opiniões perante sua mãe, o pai do seu filho pode vir em seu socorro. E vice-versa, pois diante de algumas pessoas pode ser que ele tenha dificuldades em se impor, e você precise ajudá-lo. Mas atenção: isso não significa fazer pelo outro, não quer dizer que ele vai lidar com a sua família sozinho, ou você vai lidar sozinha com a família dele. Se for assim, estarão criando outro problema, que é a piora da relação com os sogros e cunhados. Unam-se e ajudem-se.

 

Partindo do princípio que vocês se informaram bastante antes de tomarem decisões sobre a criação dos filhos, terão argumentos sólidos para usar quando alguém os tenta convencer a fazer as coisas de um jeito diferente do que planejaram. Aproveitem para passar essas informações adiante. Se a conversa com os parentes não fluir com facilidade, você pode emprestar um livro, enviar o texto de um blog, um vídeo, enfim, algo que a pessoa possa ler ou assistir e comentar com vocês depois. Pode ser que você consiga convencê-la das suas opiniões e ganhe um(a) aliado(a).

 

Caso isso não aconteça, e a pessoa continue insistindo, é hora de colocar limites claros. Agradeça a boa vontade e o interesse, diga que vocês já tomaram as decisões, e não se explique muito para não dar espaço a mais intromissões.

 

Pra terminar, uma reflexão. Convém lembrar que é muito mais fácil colocar limites quando damos o exemplo. Se você invade o espaço de outros pais com opiniões insistentes, ou desautorizando e desrespeitando decisões que eles tomaram, está abrindo espaço para que façam o mesmo com você. Faça como gostaria que fizessem com você. Com respeito e carinho, todo mundo se entende.

 

Brincar é coisa séria!

Em comemoração ao Mês das crianças teremos o privilégio de ter post das queridas Alena e Luciana, do Bases Cognitivas, duas semanas consecutivas!!!!!! Novamente elas vêm falar sobre os brinquedos infantis, através de um olhar que vai muita além do simples ato de brincar. Como estes brinquedos podem estimular as crianças e como nós podemos explorá-los da melhor forma possível…

 

Brincar é uma atividade divertida e natural da criança. É também uma atividade privilegiada por englobar estímulos aos aspectos motores, afetivos, sociais e cognitivos do desenvolvimento. Muitos dos brinquedos que existem no mercado hoje em dia já atentam para esse potencial da brincadeira no desenvolvimento infantil, e são pensados de forma a garantir que estímulos a um ou mais desses aspectos aconteçam, sempre de forma segura.

 

 

Nos brinquedos para bebês esse cuidado é bem visível. Em geral, eles trazem estímulos táteis, visuais e auditivos. Neste brinquedo da foto acima, observamos tudo isso. A criança encaixa animais em seus respectivos lugares, e cada lugar de encaixe tem um formato geométrico diferente dos demais, de forma que cada animal só encaixa em um determinado local. Só essa atividade já é rica em estímulos táteis e visuais e é importante para o desenvolvimento motor. A motricidade bem desenvolvida ajudará a criança a dominar a escrita, anos lá na frente. Mas esse brinquedo não para por aí. A cada encaixe, ouve-se o som do animal correspondente. Assim, a criança tem o estímulo auditivo, e vai aprendendo sobre o mundo ao gradativamente associar o animal que vê ao som que ele faz.

 

Quando uma pessoa mais velha brinca junto com a criança, pode potencializar ainda mais o que o brinquedo traz de estimulação. Nesse caso, o adulto pode apertar o local de encaixe para produzir o som, e a criança pegará o animal correspondente a esse som. Os pais ainda podem e devem aproveitar essas associações em outras situações, comentando com a criança quando esses mesmos bichinhos forem vistos em revistas, desenhos animados, outros brinquedos, zoológicos, etc.  Se você observar atentamente esse brinquedo, verá que ele também trabalha a percepção de cores já que cada bicho vem em uma cor diferente, e novamente a ajuda do adulto em nomear essas cores para a criança, e posteriormente em pedir a ela que pegue o bichinho de tal cor, a auxiliará a desenvolver percepções e aprender os nomes das cores. Como se pode perceber, já temos em um único brinquedo o potencial para desenvolvimento motor (encaixe), cognitivo (percepções, associações, raciocínio), social (aprender sobre coisas do mundo), linguístico (vocabulário de animais e cores) e afetivo (pela situação de divertir-se brincando com outra pessoa, usando como instrumento mediador o brinquedo).

 

 

As crianças um pouco maiores se beneficiam bastante de brinquedos pouco estruturados, com os quais elas podem criar suas situações de faz-de-conta. Bonecos, bonecas, blocos, etc. Como exemplo, escolhemos esse brinquedo de dinossauros (Dino Valley).  Cognitivamente, permite que a criança crie o enredo de sua brincadeira, trabalhando assim a organização do pensamento, sequência lógica, memória, compreensão de causas e consequências, inferências, linguagem. Afetivamente, permite que ela projete na brincadeira suas vivências do dia-a-dia. Por exemplo, uma criança que está começando a frequentar a escola pode escolher colocar na brincadeira que o dinossauro pequeno está indo para a escola de dinossauros. Afetivamente, a ajuda a aprender a lidar com essas mesmas situações, já que pode elaborá-las de uma forma menos ameaçadora: o dinossauro vai à escola, não ela. Também permite à criança projetar seus sentimentos e aprender sobre eles. Dinossauros são ótimos para a expressão da agressividade, por exemplo, de uma maneira aceitável socialmente.

 

 

As crianças mais velhas costumam curtir brincar com jogos. Cada tipo de jogo tem suas especificidades. Aqui vamos falar um pouco dos jogos que envolvem estratégias. Dois exemplos deles são o “Cai-não-cai” e o “Lig 4”. Esses jogos exigem da criança um planejamento de suas ações, seguindo uma lógica para tentar vencer. Também precisam ter atenção para a estratégia utilizada pelo seu adversário. Isso implica colocar-se no lugar do outro, entender como ele pensa, o que é um grande avanço cognitivo e que as crianças menores ainda conseguem fazer. Do ponto de vista do desenvolvimento social, as crianças aprendem a ganhar e perder, a tolerar suas frustrações, a esperar sua vez de jogar.

 

Já nem há dúvidas acerca da importância do brincar para uma boa estruturação motora, psíquica e cognitiva da criança. Mais do que nunca, atualmente, nossas crianças podem estar cercadas de brinquedos e brincadeiras estimulantes e significativas para sua infância. Entretanto, vale lembrar que o contexto em que a brincadeira acontece é ainda mais importante do que o material utilizado. Brincar é uma forma de estar junto, de verdade. Os pais precisam entender que tal momento possibilita à família estar inserido no mundo da criança e sendo assim, ter condições de desenvolver uma relação empática e compreensiva sobre os pontos de vistas do seu filho e sobre como ele interpreta as situações de sua própria vida. Assim, mais do que estar juntos, brincar com os filhos abre portas para reconhecê-los, nos identificarmos com ele e acima de tudo, formá-los. 

 

Pois é, brincadeira é coisa séria! Aproveite o dia das crianças e escolha para o seu filho um brinquedo que você e seu filho possam curtir e se curtir através dele! Nós já fizemos isso! Juntas, fomos a uma loja de brinquedos que adoramos e escolhemos o presente que daremos aos nossos filhos (OBRIGADA TOP TOY BRINQUEDOS!!!) Nosso pequenos ainda nem sabem o que vão ganhar, mas a gente já sabe: um brinquedo recheado de sorrisos, diversão e o privilégio de estar juntos!

 

Permita-se voltar à infância com seu filho… E feliz dia das crianças pra você também!